ARTIGOS




Rubrica Dias de Futsal (2)

A inclusão da unidade de treino no microciclo

" O IDJV por norma, ou seja, no período competitivo com jogo ao sábado, treina quatro vezes por semana, com folga à quarta-feira e ao domingo. Antes de se preparar uma UT, é elaborado o mapa do micro-ciclo, onde consta a distribuição dos conteúdos principais a trabalhar pelos vários treinos da semana. Este mapa é afixado num placar do pavilhão, todas as semanas, antes do primeiro treino. Isto permite que todos os jogadores se inteirem previamente do que se pretende para essa semana de treinos. E é tendo em conta a distribuição desses conteúdos/objectivos, que é elaborado o plano de treino. 

À segunda-feira é realizado um trabalho mais aeróbio, evitando cargas intensas, até porque também se pretende com este treino uma recuperação activa do jogo do fim-de-semana. Como é o primeiro treino após o jogo, é quando se faz uma análise ao jogo anterior, referindo-se principalmente os aspectos menos positivos ocorridos, numa perspectiva de os corrigir. Também por ser o primeiro treino, é realizada uma apresentação esquematizada em computador e alguns excertos de vídeos da equipa adversária, com relevância para os seus aspectos ofensivos e defensivos, de forma a desenvolver uma parte do trabalho semanal tendo em mente as características do adversário.  

O treino de terça-feira é o treino de maior carga, onde se trabalha mais dentro da potência aeróbia, e é o treino que na sua globalidade, é o que mais se aproxima com a realidade do jogo. Como ocorre no início da semana, os jogadores têm muito tempo de recuperar do esforço, até ao dia do jogo, além disso, a quarta-feira é o dia da folga, à semelhança do que acontece após o jogo (ao sábado) em que o dia seguinte também é dia de folga. Para acelerar a recuperação muscular, após o treino de terça-feira, os jogadores fazem crioterapia (banho de gelo - cerca de 3 minutos).

Quinta-feira é o dia em que o treino começa a diminuir de volume, mas a aumentar de intensidade, realiza-se um trabalho mais anaeróbio, cuja carga é recuperável até ao dia do jogo. Normalmente trabalham-se saídas de pressão e finalizações rápidas (transições com superioridades numéricas). Trabalha-se também o jogo em espaços reduzidos, aliado a diversas condicionantes, em que a necessidade de ter mais apoios ao portador da bola é maior, obrigando desta forma a uma maior dinâmica ao nível das movimentações, além disso, o número de finalizações aumenta consideravelmente. Com este tipo de trabalho consegue-se aumentar a intensidade do jogo. 
O treino de sexta-feira é reservado para situações de bolas paradas – estratégia, e de velocidade de reacção, trabalhos de alta intensidade e de muito curta duração, cujos esforços se recuperam em menos de 24 horas. A situação táctica de 5X4 (gr. avançado) também se “afina” neste dia.

Assim, em jeito de conclusão, na elaboração de uma unidade de treino, (UT) há que estabelecer objectivos, e para isso é necessário atender ao período da época desportiva em que se enquadra, (pré-competitivo, competitivo ou transitório) sabendo que o período mais longo no futsal é o competitivo; ao dia do micro-ciclo em que se vai aplicar o treino, na medida em que a aplicação dos diferentes tipos de carga depende do tempo da sua recuperação até ao dia do jogo, logo, cargas que necessitam uma recuperação longa, devem ser aplicadas longe do dia da competição e vice-versa. Conhecer as características do adversário é outro factor de extrema importância na escolha das tarefas a desenvolver no treino, pois uma boa parte do trabalho terá como pano de fundo adaptações ofensivas e defensivas, dentro do nosso modelo de jogo, de modo a poder surpreender ao máximo a equipa adversária, e evitar de sermos surpreendidos no jogo. "


Exemplo de microciclo
Microciclo CSKA


Autor: Prof. Nuno Dais

Fonte: www.infutsal.com

Rubrica: Dias de Futsal (1)

Elaboração de uma unidade de treino
"Tal como em todas as modalidades desportivas, também o futsal utiliza o treino como forma de optimizar as potencialidades dos atletas que praticam este desporto. Como tal, quanto melhor pensado, oportunamente aplicado e quanto melhor desenvolvido, maior a probabilidade de, do treino, resultarem os objectivos pretendidos. Compreende-se assim, a importância da sua preparação. Cada treinador tem a sua forma de planear um treino, o que a seguir irei referenciar, não é uma receita, mas antes  a forma que considero  a mais  eficaz, perante  a realidade em que me encontro.
Elaboração da Unidade de Treino
A UT deve ter um cabeçalho onde se identifica o número do treino, a data e o micro-ciclo onde se enquadra. Nesse cabeçalho também deverá constar as componentes da carga, nomeadamente o volume e a intensidade, e os principais objectivos que se pretendem atingir nesse treino. Depois, deverá ser dividida em 3 Partes: Introdutória, Fundamental e Final.
Na parte Introdutória do treino, são realizados alguns alongamentos e alguma activação geral. Nesta parte aproveito para fazer um resumo daquilo que se pretende para esse treino, referindo os objectivos principais, e o tipo de trabalho que se vai desenvolver. Nesta parte também consta uma estimulação cardio-vascular, o chamado “aquecimento”, onde se pretende que os jogadores se preparem para a parte fundamental do treino, de modo a evitar lesões. Nesta parte, normalmente já se aproveita para trabalhar Movimentações Ofensivas e Circulações de bola, bem como outros aspectos técnico-tácticos. Se os guarda-redes estão a trabalhar à parte, estas Movimentações Ofensivas não terminam com finalização, se os guarda-redes estão integrados no trabalho desde o início do treino, as Movimentações terminam com passe para as mãos dos guarda-redes, onde também eles vão aquecendo de forma gradual. Normalmente gosto de realizar alguns Jogos Condicionados nesta parte inicial, com o objectivo de começar a estimular algumas tomadas de decisão, e principalmente para que os jogadores elevem os níveis de concentração.
Na parte fundamental do treino, são escolhidas as melhores tarefas possíveis para desenvolver os objectivos pretendidos, sejam eles técnico-tácticos ou físicos. Aqui, considero que é sempre possível trabalhar ambos simultaneamente. Se eu quero um trabalho mais aeróbio, aumento o volume e baixo a intensidade, se quero um trabalho mais anaeróbio, baixo o volume, aumento a intensidade e os tempos de pausas. No entanto, costumo procurar sempre exercícios com intensidades médias/altas, variando sim o tempo da pausa. Pretende-se sempre que essas tarefas se desenvolvam do modo mais próximo possível às situações reais de jogo. Um aspecto importante é tentar controlar o maior número possível de variáveis que podem ocorrer num jogo, e quanto mais próximo do jogo se trabalhar, maior a probabilidade dessas variáveis serem controladas e trabalhadas em situação de treino, evitando ao máximo surpresas inesperadas no jogo. Obviamente que quanto melhor se conhecer o adversário que teremos de enfrentar no fim-de-semana, menos surpreendidos seremos em competição. E é precisamente sobre aquilo que se conhece do adversário, que também é preparado grande parte do trabalho para o treino, de modo a ajustar alguns pormenores defensivos e ofensivos, para optimizar a nossa eficácia perante situações específicas em que o adversário se poderá revelar mais perigoso, e de modo a aproveitar um ou outro tipo de situações em que o adversário não é tão eficaz. 
Na parte final do treino é dada importância novamente aos alongamentos, à semelhança do início do treino, mas agora com maior insistência nos principais grupos musculares solicitados durante o treino, e com maior duração para cada alongamento. O treinador também pode fazer um pequeno balanço sobre a prestação geral dos jogadores e referir alguns aspectos mais importantes que serão trabalhados no treino seguinte."
Nuno Dias e Gonçalo Santos
In www.infutsal.com

ARTIGO DE OPINIÃO: Pré-épocas no futsal distrital

Sabendo da importância de uma pré-época na consolidação do modelo de jogo e da forma fisica para a época, é comum a muitos treinadores de equipas de futsal distritais, o quererem realiza-la como se de uma equipa profissional se trata-se, treinando praticamente todos os dias e marcando jogos atrás de jogos. Falando por mim, penso que é positivo os treinadores pensarem assim, mas muitas vezes ficamos cegos, porque queremos trabalhar tudo e mais alguma coisa e para isso tem de se treinar praticamente todos os dias esquecendo-se que não somos profissionais, ou seja, não temos jogadores que só joguem, faltando tempo e meios de recuperação entre sessões de treinos, agravando-se o facto de estes trabalharem durante o dia em trabalhos muitas vezes exigentes a nivel fisico. Consequencias deste facto é o aparecimento de lesões através do desgaste fisico e/ou do seu condicionamento pela falta de recuperação. Na minha prespectiva e vindo na sequência do que venho defendendo, o estar em forma é jogar bem, e portanto nas sessões de treinos devemo-nos preocupar essencialmente com o modelo de jogo (todas as suas componentes) e incorporar a componente física nessas situações. Penso que o treinar todos os dias é um exagero, sendo que 4 sessões nesta fase serão suficientes ou 3 sessões mais um jogo de treino, tendo a preocupação de colocar dia de descanso ou treino ligeiro após o jogo e/ou sessão de treino mais exigente. Neste aspecto sabemos que treinos de estratégia (cantos, foras, livres, etc) são menos intensos ao invés de treinos de finalização/Velocidade e força ou Finalização/Láctico (1x0,  2x0, 2x1, 2x2, 3x2, etc).

Espero que possa, com este artigo de opinião, ser util a alguém nesta fase de pré-época da maioria dos clubes.

Bons treinos

Nuno Marques 22-09-2011
Golos GRUDER Época 2010-2011



Modelo competitivo do Campeonato Distrital de Futsal Sénior Masculino da AF Santarém

Todos os anos a AFS acaba por modificar os seus modelos competitivos no que respeita ao CD Futsal Sénior masculino, e que por si só acaba por demonstrar o fraco interesse, empenho e conhecimento da modalidade no distrito. Pode dizer-se que estão a mudar o modelo competitivo todos os anos e que isso é sinal de interesse, mas acaba por não o ser uma vez que nunca vai de encontro com as necessidades e interesses dos clubes. Se até agora os clubes tinham um pouco de culpa por os modelos não serem adequados à realidade distrital, este ano assim não o tem porque existiram duas reuniões (uma em Santarém e outra em Tomar) para debater este assunto, e fico perplexo quando nenhuma das propostas ou opiniões foram tidas em conta para o modelo do novo campeonato. Pior, penso é que a AFS deveria ter enviado e comunicado aos clubes com o novo modelo antes de o por em pratica. Por outro lado é muito mau adoptarem o mesmo modelo de à 2 anos que foi duramente criticado, parecendo que até andam a brincar connosco.

Um dos pontos referidos nessas reuniões, foi que para haver um campeonato competitivo é necessário alguma quantidade de jogos devendo estes andar à volta dos 24 jogos campeonato, ao contrário de o ano passado (16 jogos campeonato) e este ano (28 ou 30 jogos campeonato apuramento de campeão e 22  ou 24 jogos apuramento 1ª divisão). Enquanto que no apuramento para a 1ª divisão este ano o numero de jogos é aceitável, para o apuramento de campeão é um numero algo exagerado. No entanto, é de referir que não existindo 2 divisões em Santarém torna-se difícil arranjar um solução, uma vez que também foi unânime que é importante existirem 2 divisões para existir mais competitividade. Agora para isso é necessário existirem mais clubes e mais incentivos a estes, ainda por cima em tempos difíceis como os que vivemos, coisa que a FAS não faz.

Na minha opinião (foi essa que sugeri na reunião de Tomar) é que se deveria realmente fazer uma 1ª fase para verificar as melhores equipas de ambas as series uma vez que não existe 1ª e 2ª divisão (como foi feita este ano), realizando cerca de 14 ou 16 jogos cada equipa (16 jogos para a serie B porque há 9 equipas) e que de seguida se realizariam fases finais  A, B, C, ... em campeonato. Como eram essas fases finais: Serie A (2 primeiros classificados de cada serie), serie B (3º e 4º classificados de cada serie) e assim sucessivamente, onde eram apurados os campeões e o resto da classificação de modo a que seja possível a realização de 1ª e 2ª divisão caso haja um numero mínimos de equipa na presente época, uma vez que já existem classificações da época anterior, realizando nesta fase final mais 6 jogos cada equipa, fazendo um total de jogos por equipa 20 a 22 jogos cada, que mais a taça (pelo menos mais 1 jogo) daria uma quantidade razoável de jogos para uma época.

Para um modelo ideal de competição com 1ª e 2ª divisões, sou defensor que a 1ª divisão deva ter 12 equipas (24 jogos por época) e que para existir uma 2ª divisão deva existir um mínimo de 10 equipas (20 jogos). Para isso é necessário um total mínimo de 22 equipas inscritas (este ano existiam 17 equipas), caso isto não aconteça mantém-se o esquema anterior. Atenção que pode parecer que este ano algumas equipas realizaram poucos jogos, mas neste esquema por exemplo podiam existir 21 equipas ,(o que inviabiliza a 1ª e 2ª divisão) onde cada serie teria 10 e 11 equipas o que daria 20 e 22 jogos, mais 6 jogos das fases finais com totais de 26 e 28 jogos.

É um só uma sugestão que não foi aceite e que os senhores da associação nem devem se quer ter pensado ou dormido sobre ela, sendo mais fácil ir buscar o modelo do ano transacto.
Para terminar se para o ano existirem equipas suficientes para existir duas divisões, na fase de apuramento para a 1ª divisão as equipas em disputa (incluindo a minha equipa) devem de tentar ficar nos 4 primeiros lugares, descendo para a 2ª divisão as 5 equipas restantes.

Uma boa continuação para todos.

Artigo de opinião escrito por Nuno Marques a 09-02-2011


A importância da tomada de decisão num jogo de Futsal

Sabemos que um jogo de futsal, é uma actividade com um tipo de esforço intermitente e com um dinâmica muito particular, existindo no decorrer do jogo uma constante mutação das diversas situações. Hoje em dia ouvimos falar muito em modelos de jogo, incluído os sistemas ofensivos e defensivos x e y, com esquematização de jogadas e estratégias de cantos, foras, livres, etc mas muitas vezes esquecemos-nos de que o futsal em um jogo em constantes alterações e que numa mesma situação, as coisas são diferentes, ora porque um jogador já se posicionou de outra forma, ora por o outro optou por outro tipo de acção. Onde quero chegar? A verdade é que é importante as equipas possuírem os seus modelos e sistemas de jogo para uma melhor organização, mas agora estes tem de ter a capacidade de serem mutáveis consoantes as várias situações que aparecem durante o jogo, e dai provem a capacidade de tomada de decisão por parte do jogador. Na minha opinião um bom jogador é aquele que consegue ler a situação de jogo e tomar a melhor opção e a mais vantajosa, ao invés daquele que mecaniza em vez que entender. 

Sou apologista que uma equipa apresente as movimentações padrões de forma a equipa saber o que anda a fazer, mas o mais importante é dar armas (várias opções) aos jogadores de forma a estes poderem decidir qual delas ser a melhor naquela circunstância. Um exemplo prático: 1ª movimentação é um diagonal com o pivot a fazer a busca ao meio, o ala que recebe a bola tem a opção de fazer uma tabela simples com o pivot ou de jogar na diagonal ou ainda de virar o jogo para o ala contrário para este jogar no fixo que saio na diagonal. Ainda pode acontecer o pivot não optar por pedir a bola no meio e sai imediatamente na paralela. Ou seja, a movimentação padrão é a mesma, mas o jogadores sabem que tem 4 opções de sair a jogar e de se movimentar a partir da tomada de decisão do jogador da bola.

O que acontece muitas vezes é as equipas terem as movimentações muito definidas e uma equipa que saiba defender só cai nela à 1ª vez, porque da 2ª já vai tentar eliminar a acção, e a equipa que ataca já está rotinada a fazer aquilo que mesmo que a linha de passe esteja cortada, tenta meter lá a bola na mesma.

 Por exemplo em Espanha , que é certamente o melhor campeonato do mundo de futsal, todos os treinadores e equipas treinam muita a tomada de decisão dos jogadores, dando uma enorme importância a este factor.

Pensem nisto...

Artigo de opinião escrito por Nuno Marques a 04-02-2011


TREINADOR (A)

 

É o especialista mais próximo dos atletas, exerce influência no comportamento dos mesmos, por vezes é treinador , educador, conselheiro, estratega e líder;

Ser treinador é uma função que constitui em si um permanente desafio que exige um empenho pessoalmente gratificante.

Para alguns é a função mais ingrata do desporto, se a equipa perde, o treinador é geralmente o responsável. A respeito disto, Becker Júnior (2000), relata que um dos factores importantes no ambiente desportivo é que cada adepto, por menor que seja a sua escolaridade ou experiência na área, acredita que sabe tudo sobre a matéria e ainda a arte de treinar.

Assim, cada adepto opina, julga e critica abertamente o treinador de sua equipa, sempre que esta é derrotada. Não obstante ainda o treinado na maioria dos casos para levar a cabo a sua tarefa, ele é o presidente do clube, director, roupeiro, pai, psicólogo, conselheiro social e líder.
As funções do treinador, segundo o ponto de vista de Zilles (1999), seriam comandar os treinos (tácticos, técnicos e físicos), dar prelecção antes do jogo, comentários após os jogos, se possível estudos sobre futuros adversários, uma supervisão junto aos seus atletas em relação à disciplina dentro da campo de jogo, uma supervisão junto aos seus auxiliares (comissão técnica) e um acompanhamento superficial da vida de seus jogadores fora do seu ambiente de trabalho.

Os treinadores são professores; os treinadores têm como tal de utilizar um estilo positivo de intervenção no treino; este estilo baseia-se em elogios e encorajamentos no sentido de favorecer o comportamento desejado e de motivar os jogadores a realizá-lo; elogiar tanto o esforço par alcançar um objectivo, como o bom resultado em si; ao dar indicações técnicas para corrigir um erro, deve-se ao começar por realçar algo que tenha sido bem executado.

Devido às suas Características pessoas, experiências e formação profissional os treinadores segundo Carraveta (2002), apresentam diferentes manifestações de comportamento. Alguns são pontuais, disciplinadores, autoritários ou exigentes; outros são organizados, valorizam os aspectos pedagógicos e metodológicos, respeitam as regras morais e éticas. Por outro lado existem outros extremamente liberais, são exclusivistas, intuitivos, são vaidosos, não aceitam opiniões, o vencer está acima dos preceitos éticos.

Tutko (apud De Abreu, 1993) estabelece e avalia pelo menos cinco categorias gerais do treinador:

Treinador autoritário


Este tipo de treinador tem várias limitações, por exemplo: seu juízo nem sempre é acertado e seu código pessoal, algumas vezes, não vê outras soluções possíveis aos problemas individuais ou da equipe. Características: - crê firmemente na disciplina;
- com frequência, usa medidas punitivas para reforçar as regras;
- é rígido com os programas ou planos;
- pode ser cruel ou sádico;
- não gosta de uma relação interpessoal íntima;
- com frequência, é religioso e moralista;
- usa ameaças para motivar os atletas.

Treinador flexível


As características desse tipo de treinador são opostas às do treinador autoritário. O flexível é agradável aos demais e está profundamente preocupado com o bem-estar de seus atletas. Inspira respeito, por razões extremamente diferentes das razões do treinador anterior. É popular e sociável.

Características: geralmente, relaciona-se muito bem com as pessoas; usa meios positivos para motivar os atletas; é muito complacente na planificação; com frequência, é experimental.

Treinador condutor


Em muitos aspectos este tipo de treinador tem traços de treinador autoritário. É similar na ênfase à disciplina, na força de vontade e na sua agressividade. Diferencia-se do treinador autoritário, pois é menos punitivo e mais emocional.

Características: está frequentemente preocupado; recebe os problemas de forma pessoal; investe intermináveis horas no material didáctico; sempre exige mais do atleta; motiva os atletas com seu exemplo.
Treinador pouco formalista
É exactamente o oposto do treinador autoritário. Aparenta não sofrer nenhum tipo de pressão. Para ele, tudo não é mais do que um desporto interessante, o qual se tem prazer de ganhar.

Características: não parece levar as coisas a sério; não gosta dos programas não fica nervoso com facilidade; dá a impressão de que tudo está sob controle.

Treinador Formal ou Metódico

Esse tipo de treinador aparece com mais regularidade na cena desportiva. Em geral sempre está interessado em aprender, raras vezes é egoísta e poucas vezes crê ter todas as respostas. Este treinador ultrapassa os demais em técnicas e habilidades para adquirir conhecimentos. Como o treino é cada vez mais uma ciência exacta, usa todos os meios para acumular informações acerca de seus oponentes.

Características: aproxima-se do desporto de forma calculada e bem organizada; é muito lógico em seu enfoque; é frio em suas relações pessoais; possui alto nível intelectual; é pragmático e perseverante.

Outra classificação apresentada na literatura é a de Martens e colegas (1995), onde citam três estilos de treinador. O estilo autoritário, que toma todas as decisões, sendo a missão dos atletas cumprir as ordens do treinador.

O estilo submisso, caracteriza-se por um treinador imprevisível, que hora se abstém e em outros momentos pode tomar decisões. E por fim, o estilo cooperativo, indicado como o estilo ideal pelos autores, onde os treinadores compartilham com os atletas as responsabilidades e a tomada das decisões.
Vera de Bettencourt - Treinadora de futsal
In record



CONDUTA DO ARBITRO

Visto neste último jogo terem acontecido alguns casos no que respeita a arbitragem, aqui vai um artigo de opinião que achei pertinente colocar aqui e que todos os arbitros deveriam ler:


"Nos últimos anos, o futsal, foi a modalidade que mais cresceu em Portugal, sendo na minha perspectiva, aquela que maior margem, ainda tem para evoluir, isto se, todas as restantes entidades envolvidas, também evoluírem. Tais evoluções, podem permitir, que este fantástico desporto, possa adquirir um tratamento científico, exigindo, consequentemente, uma actuação mais activa de profissionais cada vez mais qualificados, que possam actuar em todas estas áreas, na obtenção de melhores resultados.



Diversas pessoas envolvem-se cada vez mais, no quotidiano do futsal, desde atletas, treinadores, preparadores físicos, fisioterapeutas, médicos, dirigentes, todos, ou quase todos, comungam da mesma paixão pela modalidade.


As competições e os jogos são cada vez mais equilibrados, neste contexto, o árbitro assume um papel decisivo, sendo ele, o mediador dos “confrontos” entre os clubes nos diversos campeonatos. No desempenho de suas funções, o árbitro deverá sempre proceder com imparcialidade, independência, competência e discrição.


Assim, pode-se afirmar que o sucesso da arbitragem depende da qualidade moral, física e técnica daqueles que irão desempenhar o papel de árbitros. Porque, através da sua capacidade física e técnica, na lisura do seu comportamento, na seriedade das suas decisões e no julgamento dos lances durante as partidas, repousam a segurança e confiança de todos os aqueles que estão envolvidos no futsal. Daí, a necessidade de permanentemente, se manterem numa condição física e técnica condizente com a actual dinâmica da modalidade.


Por outro lado, a preocupação com a idoneidade, onde por vezes, os valores morais são colocados em causa, exige cada vez mais do árbitro, uma postura condigna, e um cuidado cada vez maior, com sua imagem fora da superfície de jogo. É extremamente importante, proteger a integridade do árbitro, quer dentro, como fora da superfície de jogo. Embora, o árbitro esteja consciente das suas responsabilidades, deverá estar igualmente preparado, para manter o respeito entre os outros intervenientes no jogo e sobretudo fora dele! Isto implica, nunca expressar a sua opinião, sobre jogadores e clubes, tendo consciência, que a sua imagem, está sujeita ao julgamento dos outros.


Assim sendo, a regra essencial que o árbitro deve ter, quando escolher envergar por tal actividade, é ter a plena noção, que terá capacidade para cumprir sua tarefa com total imparcialidade, pois nisto, reside a seriedade e a confiança dos restantes protagonistas do jogo.


O árbitro, deve sempre tomar decisões justas e correctas de acordo com as leis do jogo. Nesta mesma perspectiva, deve possuir um perfeito conhecimento destas, além de ser importante, que possa dedicar à arbitragem, algum tempo por semana, para o desenvolvimento de sua condição física e técnica.


A principal missão do árbitro é assegurar que o jogo se desenrole de acordo com as regras, interferindo o menos possível, empenhando-se em satisfazer os seguintes pontos:


• Assegurar que o jogo se desenvolva de acordo com as regras estabelecidas.
• Interferir o menos possível, evitando tornar-se a “figura do jogo”.
• Estabelecer e manter um bom ambiente com todos os intervenientes no jogo.
• Mostrar preocupação com a integridade física dos atletas.


Ao fazer isto, a actuação do árbitro, resulta na perfeição. Isto assegura que as decisões dos árbitros sejam sempre entendidas como correctas. Em síntese, a interpretação e julgamento com base em critérios acertados, são a principal fonte de sintonia.


Esta sintonia dentro do jogo, implica a interpretação uniforme das regras é determinante para uma arbitragem eficaz. Contudo, a consistência de um árbitro em vários jogos ao longo da época, é igualmente importante. Um bom árbitro, aplica as regras correctamente jogo após jogo e não apenas quando é alvo de pressões, ou quando sente que está a ser observado. Muitos árbitros são inconsistentes, porque não conseguem aplicar correctamente as leis de jogo, por falta de interpretação destas, tal como outros, não têm o posicionamento correcto na superfície de jogo. Contudo, isto também é fruto da precária formação, dada nos cursos, onde a falta de aulas práticas é uma grande evidência.


Outro requisito para alcançar um alto nível de consistência, implica ter uma forte capacidade mental e emocional. A arbitragem consistente, requer um estado mental estável. Oscilações no desempenho encontram-se frequentemente relacionadas com questões de foro psicológico.


Para finalizar, apesar de a arbitragem implicar cuidados éticos, conhecimentos técnicos e uma óptima condição física, ser árbitro… ou melhor, ser um bom arbitro, é definitivamente uma arte.


E a arte evidenciada por um árbitro no ambiente da competição depende, em grande medida, das suas qualidades pessoais."

Artigo de opinião escrito por Arnaldo Andrade
Retirado do site www.elitefutsal.com


COMO TREINAR UMA EQUIPA QUE SÓ TREINA 2 A 3 VEZES POR SEMANA?


Apesar de ser Licenciado em Ciências do Desporto e Educação Física, neste momento estou a tirar o curso de nivel I de treinador de Futsal na AF Leiria com excelentes prelectores, entre os quais o Prof, Nuno Dias (Treinador do Instituto DJV) e o Sr. Paulo Fernandes (Treinador do SLB). Eu sei que tenho as noções gerais de como trabalhar as componentes técnicas, tácticas e físicas numa equipa de futsal, no entanto, este curso tem sido muito enriquecedor, uma vez que existem alguns debates à cerca de problemas que os treinadores enfrentam nas suas equipas, porque quem se inicia, não começa com um mar de rosas, existindo muitas dificuldade, iniciando pelo número de treinos a que um treinador dispõe para preparar a sua equipa.
Antes demais temos de perceber que o que interessa é colocar a equipa a jogar bem, esse tem de ser mote para se iniciar a trabalhar e quando isso acontecer, podemos dizer que a equipa ou os jogadores estão em forma, porque estão a jogar bem. Muitos treinadores ainda pensam que estar em forma é correr mais, ou ser mais rápido, preocupando-se com a forma física dos jogadores. Isso é errado, de que me vale os jogadores corram muito, mas que depois não existe um modelos de jogo ou a equipa não joga bem. Também existem aqueles que trabalham sobre picos de forma, o que não é correcto, na maioria das equipas estas tem de estar sempre bem, temos de considerar em ter a equipa sempre ou mais ou menos ao mesmo nível durante toda a época desportiva, deixando esses tais picos de forma para desportos individuais como o atletismo que tem objectivos definidos num determinado período da época (ex. jogos olímpicos).
Tendo em consideração os aspectos que referenciei anteriormente, e facto de termos poucos dias de treino e com pouco tempo, temos de nos preocupar com o que interessa treinar, com o modelo de jogo, e não é a parte ofensiva, mas também a parte defensiva, as transições e a parte da estratégia.
Na minha equipa, já coloquei os meus jogadores a correrem à volta do campo sem bola. Para que? depois passei a colocar com bola porque assim já trabalhavam aspectos técnicos (treino integrado). Para que? Se nós durante o jogos não andamos à volta do campo. Podíamos responder que assim trabalhamos a parte física, parte importante e eu pergunto assim, quantos treinos temos por semana? Pois, e vamos perder tempo com isto? Aquecimentos gerais como o futebol 11, com 1h30 ou 2h de treino?
Então defendo a perspectiva de treino táctico desde o primeiro treino da época e desde o Início do treino, então para aquecimento em vez de andarmos a correr ou a rodar braços, etc, não colocamos a equipa a fazer circulação de bola num movimento padrão do modelo de jogo? Porque não trabalhamos finalização com movimentações ou situações de jogo. Perguntam-me depois como trabalhamos a componente física? Eu respondo que basta saber controlar a intensidade do esforço e podemos trabalhar juntamente com a parte táctica velocidade, resistência, força, etc. Ex: Num mesmo exercício de finalização (qualquer) se mexer nos tempos de exercitação e de pausas posso trabalhar velocidade (anaeróbia aláctica) e resistência láctica. Para a velocidade por exemplo cada jogador faz o exercício durante 5 segundos e descansa 30 segundos, enquanto que para a resistencia láctica o jogadores repete varias vezes durante 45 segundos e descansa 2 minutos. Para trabalhar força explosiva bastava incluir uns cones com mudanças de direcção ou uns saltinhos entre barreiras.
Por último sou apologista de trabalhar sempre a médias/altas intensidades porque no jogo temos de andar sempre nesses ritmos, não havendo necessidade de em treinos fazer exercícios de forma lenta porque num jogo isso não acontece. Podem perguntar o facto de os jogadores no 1º treino devem ter um treino mais leve porque vem de jogo. Eles quando chegam após o jogo, já estão recuperadissimos caso tenham um dia de intervalo, além disso como só se treina 2 ou 3 vezes terem dias para recuperar até ao fim de semana. Quanto ao treinar na véspera dos jogos, não trabalho com grandes intensidades (nada de resistências lácticas) (treino às sextas feiras), mas sim estratégia ou situações de finalização (velocidade) com pausas de recuperação altas.


Artigo escrito por: Nuno Marques (artigo de opinião) 11-11-2010



COMO TRABALHAR OS ASPECTOS PSICOLÓGICOS APÓS DERROTA?


Todos sabemos que uma derrota é sempre uma derrota, mesmo que os objectivos sejam os mais baixos e que achamos que andamos só para nos divertir, ou por mais que se diga que perdemos mas jogamos bem.
Primeiro ponto, não acredito em vitórias morais, nem acredito em azares ou falta de sorte, tal como de o principal objectivo seja passar o tempo ou de se divertir. Esse dito passar o tempo ou divertir é muito giro mas todos jogam porque gostam de ganhar, é esse o objectivo do jogo. Os erros ou a falta de sorte trabalham-se, e é importante demosntrar esses aspectos aos jogadores. Por isso torna-se importante saber como lidar com este tipo de situações, durante a semana seguinte de modo a não prejudicar o espírito de grupo, a motivação e o empenho no próximo jogo.
O que eu faço com a minha equipa, em primeiro lugar é debater o jogo em grupo logo no 1º treino da semana, não arranjando desculpas para os erros, mas sim aponta-los e percebendo o porque e de que forma podemos corrigi-los. É importante encontrar aspectos positivos de forma a demonstrar que o que se anda a trabalhar está a aparecer e desta forma poder motivar os jogadores.
É importante, incutir desde logo uma atitude de motivação e de viragem para o próximo jogo de forma a levantar o ânimos e o cabiz baixo que os jogadores podem ter. Uma coisa importante a ter em conta, é saber que o treinador é a imagem da equipa, e portanto este tem de ser o primeiro a incutir estes ideais. Não pode um treinador chegar ao treino após uma derrota, com o cabiz baixo, desanimado e sem vontade de trabalhar, porque rapidamente se transmite isso aos jogadores.
No 1º treino, sou apologista como forma de interacção entre a equipa e de forma a esquecer o desaire anterior, a realização de jogos ou situações lúdicas. Estas actividades permitem que os jogadores descontraiam um pouco e que riam durante o treino. Ex: Jogos dos passes com o objectivo de colocar a bola em cima da baliza, Futvolei, etc.
Durante a semana, trabalhar de forma a corrigir os erros do jogo anterior, incentivando e motivando a equipa, demonstrando a sua evolução na correcção dos erros ou de outros objectivos pretendidos.
Na véspera do jogo, é natural alguma ansiedade e a vontade de dar a volta por cima, que pode criar na equipa um estado de nervosismo que a pode bloquear e se as coisas não saírem bem, pode tornar-se numa bola de neve. É importante o treinador não demonstrar o nervosismo mesmo que ele exista, e passar a mensagem de tranquilidade e que se trabalhou durante a semana para conseguir ultrapassar aquele adversário, dando confiança aos seus jogadores.

Artigo escrito por: Nuno Marques (artigo de opinião) 11-11-2010